O Triunfo de Dudu

Via: Peakpx


 

Alessandro Caldeira


Quem já experimentou fazer essa simples pergunta a um palmeirense: qual a maior causa do sucesso da equipe? Amigos, parece-nos óbvio que a resposta tem um único nome: Abel Ferreira. 


Podemos produzir outros argumentos tentando diminuir a resposta do torcedor paulista, como, por exemplo: o Flamengo tem os jogadores mais criativos, o Atlético-MG o time mais estrelado; a resposta, ainda, será unânime: mas não têm Abel Ferreira, como se o futebol, para o palmeirense, pertencesse unicamente aos limites da área técnica. 


O torcedor é uma das grandes potências do futebol brasileiro: o que pensa e sente é o que se pode medir no nosso futebol como verdadeiro ou falso. Elege e contesta. Pune e recompensa. Por isso, a única pessoa que merece aplausos apaixonados é o luso. 


Sábado, no entanto, aconteceu um fato histórico a quem acompanhou Palmeiras x Bragantino: o torcedor elegeu mais um personagem digno de devoção da equipe.  Não seria exagero dizer que o palmeirense, pela primeira vez, esqueceu-se do seu treinador para aclamar apenas um nome em campo: Dudu.


Há lembranças (justas) da falta do Danilo no jogo e a presença enfática de Veiga. Estes, porém, desde a chegada de Dudu, aparecem no jogo apenas fisicamente, como meros mortais, suscetíveis a qualquer fortuito do corpo e da alma. Todos os companheiros podem sentir o peso das emoções. Vejam vocês: o camisa 7, no entanto, mostra-se acima do bem e do mal e colocou de volta o jogador como prioridade em campo. 


Dizem que Dudu só está atuando em alto nível por conta do seu auge físico, que sempre lhe foi um problema em começo de temporada. Porém, permitam-me ampliar: a grande causa do seu auge físico é a figura de Abel Ferreira. Sim, amigos, o treinador luso é o grande foco do craque palmeirense que não aceita ser segunda opção. Para isso resolveu não só correr, mas driblar, desfilar e voar em campo. O camisa 7 fez uma partida de Sílfide.


Até o torcedor-que coloca seu treinador como a grande vitória, a causa do triunfo confirmada-,pôde trocar suas dúvidas e o ar lúgubre que existia em cada um deles com o futebol desempenhado pela alegria inédita. O que antes parecia um futebol justo, cumpridor e honroso, e a vitória como um dever contratual, o retorno do seu craque permitiu o luxo do divertimento. 


A equipe Verde, que também queria se divertir, recuperava a jogada e a bola chamava pelo craque e o craque a perseguia por todos os cantos. Já não fazia mais sentido assistir ao jogo, com o tempo a torcida percebeu que só queria assistir a Dudu e elegeu, pela primeira vez, um jogador como o melhor do Palmeiras.


Eis a verdade: o camisa 7 mostrou que o verdadeiro desejo do torcedor não é acompanhar a equipe ou o seu treinador, mas contar com apenas uma figura em campo que lhe dê uma felicidade sem igual. 



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